O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente.

Mario Quintana

14 de jun. de 2012

Seca Vida




Poeira, estrada de chão
Caminhos, atalhos, num seco sertão.
Dos animais, os restos mortais:
Vida que a seca tirou.
Já a ave de rapina;
Na desgraça predomina
Dessas vidas de que se alimentou.

E o sol triunfante,
na seca escaldante, a água levou.
Caldeirão do inferno,
Que o breve inverno arruinou.
Sobrevive a vegetação
Que bravamente quer se salvar:
Xique-xique, Macambira...
Onde repousa o sabiá.

Na visão embaçada da emanação criada,
Vida escaldada, sem água no sertão,
O homem se iguala à poeira do Chão,
Numa triste jornada à procura do pão.

Sol abundante, que muda a paisagem
E promove a viagem do homem na desilusão.
Saudosa lembrança de  um verde sertão
Resta rezar pra poder regressar
Assim que chegar a chuvosa estação.

MagnaVanuza Farias Araújo
[Direitos Reservados]

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