O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente.

Mario Quintana

26 de set. de 2019

Minh'alma é Poesia



Sem poesia minh'alma é triste,
fria...
preciso das palavras sobrepostas
num sentido harmonioso
ou mesmo um tanto duvidoso.
Que para alguns retrata libertação,
para outros, culpa, escravidão...
Preciso viajar nas suas asas,
buscar a direção do seu vento brando,
Que me acalma.
Descrever em linhas tortas,
a retidão dos meus pensamentos.
lúcidos, confusos...
Sobretudo, sou corpo
e tenho as duvidas carnais
advindas de memórias mortais.
a poesia me acalma,
o corpo me "orgasma",
me beija;
a poesia me maneja,
a carne me deseja
porque sou carne profanada
e a poesia, minha alma
saciada!

MagnaVanuza Araújo

Poesia Fria


Escrevi uma poesia Fria
sem querer fazer
Uma Poesia sonolenta
com restos de saudades magoadas
Uma poesia com versos cansados
Com pista de tristeza nas entrelinhas.

Escrevi uma poesia quase vazia
como ora me sentia
Os versos eram reflexos
Dos sentimentos Inversos.

Escrevi e ponto.
Uma Poesia Fria
Sem vida, melodia,
Sem voz, canção...
Sem emoção!

Escrevi uma poesia.
Se vai ler,
não posso saber.
Mas se fitar o olhar nessas linhas,
descobrirá nas entrelinhas
que essa poesia fria
foi feita na medida, pra você.


Magna Vanuza Araújo
|Direitos Reservados|

Junho/2000

Rosa Ferida


Sou rosa ferida
Seca, esquecida
despetalada
traspassada

Oh, ingrata vida
joga meus sonhos ao chão
Fecha de vez o caixão
enterra meus sonhos.



Magna Vanuza Araújo
|Direitos Reservados|


Massa imperfeita



Sou gerada da massa imperfeita
da união desigual
Profana Paixão carnal

Sou formada da massa bruta
da força braçal
labuta

Sou fruto da semente lançada,
pelo vento levada
Cresci na Selva molhada

Venho dos matos perdidos
da terra dos filhos fúlgidos

Mamei na teta da fera ferida
Meu sangue é corrente corrida
Seiva da selva corrompida

Sou feita da massa imperfeita
Massa que quero moldar.
Sou fera desprotegida
Bicho que tem medo de amar.

Magna Vanuza Araújo
|Direitos autorais|

Pedras do rio



Pelas pedras de um rio,
Jamais passarão as mesmas águas.
Então, que lembranças delas as pedras guardam?
- O limo e as rachaduras,
porque nada passa sem deixar marcas.


Magna Vanuza Araújo
|Direitos Reservados|

Mais um na solidão


Finalmente
Deixei de te amar
Pior, admirar
És apenas mais
um na minha solidão.

Magna Vanuza Araújo
|Direitos Reservados|


Vou - me



Vou-me embora
vou sair dessa carapaça
que me trapaça.
fugir da falsa ingenuidade,
do que finjo não saber...


Vou embora...
me transportar,
correr com a velocidade da luz,
velocidade que somente meu querer conduz.

Sim, vou embora...
vou sair dessa calça jeans apertada
me livrar dessas "ordens",
que não me levam a nada.

Vou sair "nua", de sapato alto,
de nariz empinado,
vou olhar de cima pra baixo
para os que pensam me dominar.

Vou sair com minhas unhas rubras,
cabelos negros e baton dourado.
vou mesmo... embora!
Já estou de malas na mão,
e, vou de verdade!
Viver a liberdade,
que outrora sonhei.

Sairei sem bagagens,
"nua" e de malas vazias,
sapatos altos
e baton dourado
não olharei pra trás,
voarei liberta,
como uma águia voraz!

Por Magna vanuza araújo
28/01/2010

[direitos reconhecidos]

Bailarina em Flor


Sou bailarina nos sonhos,
Flor, mulher e querubim
Bailo nas nuvens,
rodopio nos ventos...

É tão belo me sonhar bailarina!
Uma flor em movimento,
Passos em plumas,
soltos ao vento.

Ser encanto tanto,
flor em forma de mulher.
Delicada bailarina
Em passos de menina.

Ter pétalas macias
Ser encanto de jardins...
Voar nas asas da alva,
alcançar os querubins!


Magna Vanuza Araújo


Poeta Nua

A poeta nua chorava
sobre a face rubra
Convalescia...
Era quase irreal
a solidão que sentia
Nua em seus delírios
queria esquecer
o que nunca tivera
mas queria.
A poeta nua chorava,
no auge da sua existência
Vestiu-se de lágrimas
e dançou sobre sua dor profana .

Magna Vanuza Araújo
|Direitos Reservados|


imagem: http://www.onlinephotographers.org/pics/3285_bb.jpg

8 de out. de 2017

Poesia em mim


A Poesia me explora
Me namora, me beija.
Ela me deseja, maneja,
Acalenta, concentra...
Revira meu avesso,
Revela meus segredos,
Expõe contradições.

Magna Vanuza Araújo
|Direitos Reservados|

Gerando Poesia!


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Ainda a sinto no ventre se bulindo,
Sinto-a presa prestes a rasgar
minhas entranhas;
Sinto as dores e a alegria em poder vê-la,
contemplar os seus traços;
a melancolia em pensar em perdê-la para sempre,
e a alegria em saber que ela existe em mim!
Mal posso esperar para vê-la nascer...
Num momento único antes que todos venham apreciá-la:
eu e ela nos mimamos, nos ninamos e nos amamos
um pouco a sós...
Essa menina, doce e meiga que me faz tão feliz
Chama-se:
POESIA!
Magna Vanuza Araújo

Indefinição


Não sei onde estou
Perplexo

Não vejo minha imagem
reflexo

Não entendo meu eu
complexo

Não relaxo sem ele
Sexo

Não invento histórias
Anexo

Não estou perto nem longe
desconexo

Não sou côncavo
convexo


Magna Vanuza Araújo

|Direitos Reservados|

Sentimental

Estou cansada...
cansada de estar aqui
aprisionada pelos medos
que carreguei durante toda vida.

Estou aqui cansada
de sempre ter que recomeçar,
de sempre ter que lutar
de abrir mão pros outros
ter que me abandonar.

Amanheci vazia,
sem sonhos pra recomeçar.

Estou maior que o mundo
e menor que o eu
que posso carregar
De rascunhos, poesias
caminhos longos...

Magna Vanuza Araújo
|Direitos Reservados|

Inconstância


Tem horas que me vejo
Tempos que me desejo
Minutos que me realizo
Segundo que eternizo.

Passando por mim o tempo,
Passo também ao vento
Horas sou protegida, vezes ao léu
Fantasio, sonhos, viajo ao céu.

Na instabilidade me dou conta
da realidade que me espanta
Fantasio inexistência que me encanta.

Meu desejo é insídia
Não vejo presença ou distância
Nas artemanhas da vida
Amedronto essa Inconstância.

Magna Vanuza Araújo
|Direitos Reservados|

Tempo


Sou um pássaro errante
que deseja abrigo ter,
voa a procura de um norte
pássaro não quer mais ser.

Bate as asas cansado
não suporta mais o ar,
voa ferido e assustado
querendo se aconchegar.

Sou um pássaro errante
cujo voo parece não ter fim,
vivo em perigo constante
triste destino reservado a mim.

Sendo o voar almejado,
trocaria de lugar,
com quem queira ser alado
pra que eu possa enfim pousar.

Magna Vanuza Araújo

Perdida


Me perdi nos teus idiomas
Nos toques dos teus dedos.
Me perdi no absurdo,
num sonho confuso...
no teu paladar.

Já me perdi na solidão,
Numa bela composição.
Me perdi na tua pele,
no cheiro do teu orgasmo
já suei teu assoalho.

Me perdi no banheiro,
Refletida no espelho,
Numa canção...

Me perdi na alegria,
na agonia,
num instante de ilusão.
Me perdi nos caminhos
do teu coração.


Magna Vanuza Araújo

O Poeta e a Poesia de cada dia


Ser poeta é ser livre para pensar,
É ser livre para expressar seus sentimentos
Ao poeta é permitido asas
correr atrás dos ventos...

Poeta também gosta de virar bichos,
Vira borboleta, pássaros, sapos...
Poeta gosta de perigo:
Muitas vezes toca os raios de sol,
Vive preso a caldas de cometas,
Toca as estrelas,
Voa sem asas sobre o arrebol.

O poeta é atrevido, envolvido
Aventura-se em furacões e tempestades,
Mas prefere a brisa suave.
Todo poeta gosta de flores,
E também dos espinhos pra contrariar.

Poeta também gosta de sofrer,
tem prazer em escrever suas dores.
Poeta não pisa na areia somente para passear,
mas para deixar suas marcas por lá!

Às vezes ele se exibe, outra se isola,
O poeta é meio camaleão, se camufla...
Para o poeta os dias e as horas, são histórias,
Contadas em sentimentos sempre muito apurados.
Mas o poeta ama com uma força extrema
E se alimenta desse amor
na Poesia de cada dia.

Magna Vanuza Araújo

13 de mar. de 2016